Meu corpo se dobra na curva dos dias,
as ondas passam prenhes de pássaros, peixes e maresias
o mar bebe o mundo com sua língua de onda
e meu útero permanece vazio.
Desconsolada,
engoli naufrágios inteiros
com pescadores e navios
e meus sonhos ganharam pele de peixe.
(Ando com esta barriga murcha,
recolhida no labirinto das entranhas.)
Meu útero bebeu a tinta das letras,
comeu papéis e teclas,
guardou-se debaixo do travesseiro, para o quando,
guardou-se no bolso, numa caderneta fina, para se.
Tudo vão:
Meu útero apenas ganhou guelras
e respira submerso.
Uma delícia te ler, minha sempre pró motora do verso
ResponderExcluirJober Pascoal
Lívia, acho que somos conterrâneas, mas atualmente estou morando fora da Bahia. Passei aqui por acaso e fiquei muito sensibilizada com a sua poesia. Resolvi escrever porque isso são coisas de compartilhar. Abraços.
ResponderExcluirSeu útero "áGuarda" o momento certo de jorrar sorrisos...
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