Sou baiana de Salvador (1979) e, como boa filha de Osun, me criei nas dunas no Abaeté e, alimentada por Iemanjá, muito me banhei na poética praia de Itapuã. Talvez por isto as águas sejam meu grande tema em Água Negra, livro de estréia, premiado pelo Concurso Literário do Banco Capital (2011), e Correntezas, minha próxima publicação. Ser poeta e contista é a minha missão afetiva primordial, e isto me faz atenta às inutilidades de mundo. É a literatura que atravessa também a minha atuação profissional, professora vocacionada, ensino Teoria da Literatura na Universidade Federal da Bahia, onde me titulei Doutora em Estudos Literários. Mas a literatura é anterior: quando criança não tinha grandes narrativas a contar na volta das férias, então inventava. Nasce aí a ficcionista. A poeta vem desde sempre, descosendo o mundo. E é esta intimidade com as palavras que atravessa as Oficinas de Criação literária que ministro e meu ser e estar no mundo.