Todo mês eu sangro.
Diversa de mim,
atravesso águas brutas,
oceanos que me povoam bravios.
Expulso o que em mim excede
e do que sobra,
algo se move lívido
pulsando nas sendas de meu ventre.
Quando sangro,
o animal onde moro troca de pele
por dentro,
expurgando entranhas.
Todo mês eu sangro.
Todo mês eu singro este mar,
em que me banho.
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