Canto para Antonio,
Para Ângela Vilma
Eu te amo, Antonio, e a sombra de seu nome faz rebentar as sutilezas.
Nada silencia na primavera bravia que se desperta nos meus dentes,E pássaros voam famintos em busca de alguma luz.
Eu te amo, Antonio, e os vincos de seu rosto lambem minhas madrugadas.
A lua se deita nos mares, a água se tinge de negro e tudo resvala no cobalto das maresias.
Eu te amo Antonio, e me mergulho nos poros vermelhos de tua língua,
Me embrenho nas matas de seus cabelos crespos,Caçando as esperas caracoladas de sua demora.
Eu te amo, Antonio,
e nada apazigua esta sede que é a tua véspera.