Orisa didê
Arranca as percatas de seu cavalo
e nele galopa com os pés no chão.
Solta um grito que se espeta no alto
e,
repetido,
saúda a terra com a majestade de sua presença.
Dança sem a calma das horas,
pois seus braços se erguem para fora do tempo.
Caminha com sua carne de mito
e, quando vai, não parte.
Apenas se banha em seu próprio mistério.
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
O caso do Vestido
“De
tempo e traça meu vestido me guarda.”
Adélia Prado
Meu corpo não respeita as estações.
Chove grosso em cada dobra da cidadeE eu trago comigo um vestido de verão intempestivo.
Meu corpo não cede e, vivo, arde no ligeiro das rendas,
nas maresias que lambem o ar.Meu corpo não cede.
E o vestido que me desveste neste calor temporão
é todo bordado na minha pele:por dentro.
Freudiana II
Segurar uma mãe na unha!
Ou nos fios da telefônica
- que filtram sua voz no vazio.
Prender a mãe,
escalar suas pernas,
premir seu seio macio.
Comer do corpo da mãe,
lamber seu regaço.
Devorar a mãe na ausência
nos fios de seus cabelos,
no perfume que colore o ar.
Devorar a carne da mãe sanando,
com mãos urgentes,
a fome de todos os tempos.
O desamparo de todos os filhos
Ou nos fios da telefônica
- que filtram sua voz no vazio.
Prender a mãe,
escalar suas pernas,
premir seu seio macio.
Comer do corpo da mãe,
lamber seu regaço.
Devorar a mãe na ausência
nos fios de seus cabelos,
no perfume que colore o ar.
Devorar a carne da mãe sanando,
com mãos urgentes,
a fome de todos os tempos.
O desamparo de todos os filhos
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