Querida mãe,
Como sabes, tenho pouco sangue nos olhos, raiva pouca, que se consome toda em si, sem mácula mais pra dela dizer, vez que sofro da memória para as coisas que doem. Sei que no caminho que traço, ainda que olhando atenta ao chão marcado, sempre piso cá e lá, num dedo solto de sentimento, numa aba esparramada de chinelas, piso em medos, invejas, e mais sabe-Deus-o-quê. E há sempre quem não me perdoa a existência...
Se duas broncopneumonias não me mataram, abalaram apenas os pulmões, me dando um respiro – como um choro – abafado; se atravessei quase imune mortes, perdas, desamparos; se suportei estar trancada sempre pelo lado de fora das amizades, das brincadeiras e dos olhares cúmplices; não há de ser um mal agouro, um pesar tristonho que me derrubará.
Mãe, já pensei muito em pedir perdão, confessando erros, fazendo promessas. Mas há inimigo meu que mal suporta me olhar. E tenho tanta pena de sua dor desconsolada, de seu ódio que, como um doido, se surra na escuridão, que venho pedir, não por mim, mas por eles, sua misericórdia.
Mãe, dá a estes que me odeiam, me desgostam ou, simplesmente, não se dão comigo, a oportunidade da alegria. Realiza hoje, Mãe amada, um seu desejo há muito esperado, faz para eles como se para mim fosse, e é com este coração fraterno que lhe peço.
Venho lhe rogar, humildemente, o seu Amor de Mãe para estas pessoas. E clamo por seu nome para que os tome em seus braços, os console, lhes dê o choro ou o sorriso de que necessitam para que possam eles, satisfeitos, abrigados e sanados, relevar meus erros (in)conscientes e, finalmente, se esquecer de mim
Grata estou, Mãe querida, pela sua Misericórdia.
Como sabes, tenho pouco sangue nos olhos, raiva pouca, que se consome toda em si, sem mácula mais pra dela dizer, vez que sofro da memória para as coisas que doem. Sei que no caminho que traço, ainda que olhando atenta ao chão marcado, sempre piso cá e lá, num dedo solto de sentimento, numa aba esparramada de chinelas, piso em medos, invejas, e mais sabe-Deus-o-quê. E há sempre quem não me perdoa a existência...
Se duas broncopneumonias não me mataram, abalaram apenas os pulmões, me dando um respiro – como um choro – abafado; se atravessei quase imune mortes, perdas, desamparos; se suportei estar trancada sempre pelo lado de fora das amizades, das brincadeiras e dos olhares cúmplices; não há de ser um mal agouro, um pesar tristonho que me derrubará.
Mãe, já pensei muito em pedir perdão, confessando erros, fazendo promessas. Mas há inimigo meu que mal suporta me olhar. E tenho tanta pena de sua dor desconsolada, de seu ódio que, como um doido, se surra na escuridão, que venho pedir, não por mim, mas por eles, sua misericórdia.
Mãe, dá a estes que me odeiam, me desgostam ou, simplesmente, não se dão comigo, a oportunidade da alegria. Realiza hoje, Mãe amada, um seu desejo há muito esperado, faz para eles como se para mim fosse, e é com este coração fraterno que lhe peço.
Venho lhe rogar, humildemente, o seu Amor de Mãe para estas pessoas. E clamo por seu nome para que os tome em seus braços, os console, lhes dê o choro ou o sorriso de que necessitam para que possam eles, satisfeitos, abrigados e sanados, relevar meus erros (in)conscientes e, finalmente, se esquecer de mim
Grata estou, Mãe querida, pela sua Misericórdia.